Eva Todor Atriz

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Eva Fodor Nolding – mais conhecida como Eva Todor – nasceu em 9 de novembro de 1919, em Budapeste, na atual Hungria, mais tarde sendo naturalizada brasileira. Eva Todor morreu em 10 de dezembro de 2017, na cidade do Rio de Janeiro por conta de uma pneumonia.

A atriz Eva Todor era filha de Alexander Fodor e Gizella Rothstein. Os dois eram judeus que moravam na República Húngara, a atual Hungria.

Sua família era bastante envolvida no ramo artístico e, por conta disso, aos quatro anos de idade, seu pai a colocou na Ópera Real de Budapeste, para ser bailarina.

Eva Todor

Eva nasceu em um período conturbado, um ano após o fim da Primeira Guerra Mundial. A Europa ainda estava se livrando dos resquícios deixados pela guerra e muitas famílias estavam passando por dificuldades financeiras.

Foi por conta disso que Eva e sua família migraram para o Brasil e abandonaram Budapeste, em 1929, quando Eva tinha apenas dez anos de idade.

No Brasil, Eva continuou sendo incentivada pelos seus pais para continuar no meio artístico através da dança. Foi aluna de Maria Olenewa, uma professora russa de balé que criou diversas escolas e lecionou para grandes nomes como Eros Volúsia.

Seu primeiro teste e papel no teatro foi aos 15 anos de idade, no ano de 1934, na peça “Quanto vale uma mulher”, de Luiz Iglesias que, dois anos depois, se tornaria seu marido e escreveria diversas obras com papéis exclusivos para Eva Todor.

Na década de 1940, criou sua primeira companhia chamada Eva e Seus Artistas, que lançou grandes nomes como Oscarito e Elza Gomes e fazia muito sucesso na sociedade da época, sempre lotando a casa em dias de apresentação. A estreia aconteceu com uma peça de Paulo de Magalhães, chamada “Feia”, que contou com a direção de Esther Leão.

Foi nessa mesma década que se naturalizou brasileira. O convite veio por meio do político Getúlio Vargas, líder da Revolução dos anos 1930, que se encantou com sua aparição no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e virou um de seus fãs, fascinados pelo seu talento. Getúlio a assistiu em palco novamente em “Deus Lhe Pague”, em comemoração cultural da cidade de Goiânia, que havia sido recém-fundada para ser a capital do estado de Goiás.

Eva participou de diversas peças e continuou a lançar grandes nomes através de sua companhia até o final dos anos 1950, quando encerrou suas atividades. Durante esse tempo, ainda participou de peças como “Cândida”, de George Shaw, e “Carta” de Somerset Maugham.

Luís Iglesias e Eva Todor

Os dois se conheceram quando Eva ainda estava em sua adolescência. Luís, um escritor de peças de teatro, encantou-se com a garota Eva e insistiu em cortejá-la até que aceitasse se casar com ele, em 1936.

Foi um casamento muito feliz, com os dois sempre trabalhando juntos em projetos, já que o marido, como escritor, sempre fazia peças pensando em personagens que combinariam com a maneira de atuar de Eva.

No ano de 1958, após 22 anos de casados, Iglesias falece, deixando Eva viúva e sem filhos.

Eva só se casaria novamente em 1964, com um diretor de teatro chamado Paulo Nolding. Ela fica viúva novamente em 1989, quando seu marido faleceu.

Eva Todor Filmes

Após mais de vinte anos de sucesso no teatro, a irreverência e sucesso da atriz Eva Todor alcançou as telas de cinema. Em 1960, Eva fez sua estreia em um filme de comédia dirigido por Carlos Manga, Os Dois Ladrões. Carlos já havia dirigido grandes filmes como A Dupla do Barulho (1953), Nem Sansão nem Dalila (1955) e Vamos com Calma (1956).

Eva atuou ao lado de Oscarito e Cyll Farney, fazendo o papel de Madame Gaby. Em 1964, fez participação no filme Pão, Amor e… Totobola.

Em 2002, interpretou Dona Mariana no filme Achados e Perdidos. No ano seguinte, apareceu em Xuxa Abracadabra, no papel de Avó da Chapeuzinho.

Seu último papel nas telas de cinema aconteceu em 2008, no filme Meu nome não é Johnny, dirigido por Mauro Lima, baseado em fatos da vida do traficante João Guilherme Estrella. Eva Todor dá vida ao personagem Marly.

Eva Todor Novelas

Apesar de ter feito algumas aparições nas telas de cinema, Eva Todor ficou mais conhecida pelos seus papéis na televisão.

Seu primeiro papel em uma telenovela foi em 1970, com “E Nós, Aonde Vamos?”. Cinco anos depois, participou de Roque Santeiro, como Ambrosina Abelha.

Mas o papel que lhe atraiu os holofotes foi como Kiki, em Locomotivas (1977), com direção de Régis Cardoso. Eva era a protagonista Kiki Blanche, uma cabeleireira. A atriz fez tanto sucesso nessa personagem que surgiram diversos salões chamados “Kiki Blanche” espalhados por todo o território brasileiro.

Depois disso, Eva teve a oportunidade de participar de diversas telenovelas, incluindo:

  • Te Contei?, como Lola, em 1978.
  • Memórias de Amor, como Agripina, em 1979.
  • Coração Alado, como Hortência Alencar, em 1980.
  • Sétimo Sentido, como Santinha, em 1982.
  • Sabor de Mel, como Marta, em 1983.
  • Top Model, como Morgana Kundera, em 1989.
  • De Corpo e Alma, como Calu, em 1992.
  • Você decide, como Dulce, em 1994.
  • Quem é Você?, como Augusta, em 1996.
  • Caça Talentos, como Dona Carlota, em 1996.
  • Suave Veneno, como Maria do Carmo, em 1999.
  • O Cravo e a Rosa, como Josefa Lacerda de Moura, em 2000.
  • América, como Miss Jane, em 2005.
  • Caminho das Índias, como Dona Cidinha, em 2009.
  • Ti Ti Ti, como Kiki Blanche, em 2010.
  • Salve Jorge, como Dália, em 2012.

Eva também fez participações em séries como Hilda Furacão, Brava Gente, Sítio do Picapau Amarelo, Malhação, Sob Nova Direção, A Diarista, JK, Casos e Acasos e As Brasileiras.

Eva Todor, Tônia Carrero e Ewa Wilma

As três artistas brasileiras aparecem em uma foto que viralizou: nela, as três protestam de mãos dadas contra a censura na ditadura militar.

O protesto aconteceu em uma greve nos teatros de São Paulo e do Rio de Janeiro. Elas reivindicavam a volta da liberdade de expressão e o fim da censura.

Eva Todor Falecimento

Eva Todor morreu aos 98 anos em 10 de dezembro de 2017, no Rio de Janeiro, com mais de 80 anos de carreira como atriz.

A atriz não tinha filhos e não se casou novamente, devido ao trauma por seus dois maridos terem a deixado viúva. Eva sofria do mal de Parkinson, outro motivo pelo qual decidiu viver isolada apenas com sua empregada e seu motorista. Por conta dessa doença, já não estava mais atuando na televisão e precisava de enfermeiras para realizar suas atividades diárias.

A causa da morte foi pneumonia, visto que sua saúde já andava fragilizada. Eva foi cremada e seu velório aconteceu no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde a atriz já havia se apresentado inúmeras vezes.

Sua herança – imóveis e dinheiro no banco – foi dividida entre seus empregados, que viviam com ela havia mais de vinte anos.

Na época, diversos artistas prestaram homenagens à Eva, visto que era reconhecida por todos do meio por sua carreira regada a grandes sucessos e papéis. Eva deixou um grande legado para a televisão brasileira e cultura do país, seja dando vida a grandes personagens ou lançando artistas que hoje são muito conhecidos, através de sua companhia de teatro.