Franco Nero, o eterno Django

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Quando um ator se encaixa perfeitamente ao papel que lhe foi destinado, dando a impressão de ter nascido para ele, os deuses do cinema comemoram.

Esse é o caso de Franco Nero, ator italiano, com mais de 150 filmes no currículo, que encontrou o grande papel de sua vida justamente no primeiro filme no qual foi protagonista: Django, o solitário pistoleiro que chega cercado de mistério numa cidade fronteiriça entre México e EUA, carregando um caixão e disposto a vingar a morte de sua esposa.

Com seus enigmáticos olhos azuis e expressão contida, Nero encheu a tela e eternizou seu personagem como um dos mais populares anti-heróis da história do cinema.

franco nero

Lançado em 1966, com direção de Sergio Corbucci, Django foi mais do que um sucesso. Um fenômeno mundialmente reconhecido, que se tornou um clássico do Faroeste Spaghetti italiano, elevando Franco ao status de ícone no gênero.

Poderia ter ficado marcado como personagem de um papel só, mas Franco Nero foi além. Aos 76 anos, com uma extensa carreira de filmes dos mais diversos gêneros em produções de vários países, ele nem pensa em parar de atuar. O público cinéfilo agradece.

FRANCO NERO BIOGRAFIA

Nascido em San Prospero, Parma, Itália, em 23 de novembro de 1941, Francesco Clemente Giuseppe Sparanero, ou simplesmente Franco Nero, demonstrou muito cedo sua inclinação para o mundo artístico. Ainda na adolescência, organizava e atuava em peças teatrais na escola.

Chegou a entrar na Faculdade de Economia e Comércio, que abandonou para estudar no Piccolo Teatro di Milan e seguir sua verdadeira vocação. Participou de algumas fotonovelas italianas, até conseguir sua primeira oportunidade no cinema, no filme La Ragazza em Prestito (1964).

O acaso o levou a uma grande virada em sua vida, quando o diretor John Huston ao ver uma foto sua, exclamou: – Este é o rosto que procuro. Acabara de conquistar o papel de Abel no drama épico “A Bíblia”, lançado em 1966.

O resto virou história, a partir do papel título de Django, que o tornaria mundialmente conhecido e reconhecido.

MUITOS AMORES, UMA MULHER

Entre os anos 60 e 70, Nero namorou várias beldades do cinema, como Ursula Andress, Catherine Deneuve e Goldie Hawn, mas seu envolvimento mais forte foi com Vanessa Redgrave, que ele conheceu atuando em Camelot (1966).

Ela logo se tornaria uma parceira dentro e fora da tela. Foram namorados por muitos anos e tiveram um filho, Carlo Gabriel Nero, nascido em 1969, que hoje é diretor de cinema.

Separados por décadas, eles voltaram a se casar em 2006.

Franco Nero tem outro filho, Franquito Sparanero, filho de Mauricia Lena, uma colombiana com quem teria tido um caso durante uma filmagem em 1987. Embora ele não reconheça o envolvimento, o filho foi reconhecido judicialmente.

FRANCO NERO FILMES

A primeira atuação de Franco Nero no cinema foi num pequeno papel no filme La ragazza em Prestito (1964). Em 1966, é escolhido por John Huston para dar vida a Abel no filme A Bíblia. Era o que faltava para ele impulsionar sua carreira.

Seu maior sucesso, no entanto, aconteceu em Django, do diretor Sergio Corbucci, papel pelo qual é lembrado até hoje, mais de cinquenta anos depois.

Depois desse clássico do Western Spaghetti, ele atuou em oito filmes lançados no mesmo ano, entre os quais Adeus, Texas (1966) e Tempo de Massacre, de Lucio Fulci (1966). Em seguida, estrelou Il Giorno dela Civeta, um filme de máfia, contracenando com Claudia Cardinale.

De lá para cá, estrelou mais de 150 produções cinematográficas de vários países, tendo trabalhado com alguns dos mais destacados diretores de cinema, como Luis Buñuel, Claude Chabrol, Elio Petri e Rainer Werner Fassbinder, entre outros.

Além de Django e Camelot, alguns de seus filmes de maior popularidade são Comando 10 de Naravore (1978), Ninja – A Máquina Assassina (1981) e Duro de Matar 2, onde contracena com Bruce Willis.

FRANCO NERO: O MERCENÁRIO

No filme de 1967, Franco Nero interpretou Sergei Kowalski, o Polaco, contracenando com Tony Musante, Jack Palance, Giovanna Ralli, Franco GiacobiniEduardo Fajardo e Álvaro de Luna

FRANCO NERO DJANGO

Embora tenha atuado em mais de uma centena de produções, o papel que mais marcou Franco Nero foi justamente o primeiro no qual atuou como protagonista: Django (1966).

Co-escrito e dirigido por Sergio Corbucci, no filme ele contracena com Loredana Nusciak, Jose Bodalo e Eduardo Fajardo, entre outros.

Tudo em Django é intrigante, desde a trilha sonora marcante ao anti herói lacônico e misterioso e a carga de crueza e violência, incomum para a época.

Considerado um cult no gênero Spaghetti Western, o filme transformou o ator em uma celebridade imediata. Até hoje, segundo ele, aonde vai, as pessoas o chamam de Django, fato que ele encara com bom humor e a segurança de saber que seu talento é maior que isso.

AS OUTRAS FASES DE DJANGO

Além do filme de 1966, Franco Nero atuou na única sequência oficial da obra, Django 2 – A volta do Vingador (Django Strikes Again), de 1987.

Recentemente, ele fez uma aparição no filme Django Livre, de Quentin Tarantino, ao lado de Jamie Foxx e Leonardo  di Caprio, que é uma homenagem ao filme italiano original.

FRANCO NERO: DJANGO LIVRE

No filme de Tarantino, Nero interpreta um senhor de terras italiano. Numa das cenas, ele pede que Django (Foxx) soletre o nome do seu personagem, o que é uma referência ao Django original.

Atualmente com 76 anos, o ator deverá reviver o papel que interpretou em 1966 e 1987, no filme Django Lives, da produtora Point Black Pictures.

FRANCO NERO: CAMELOT

Além do pistoleiro Django, papel pelo qual se tornou mundialmente conhecido e reconhecido, Nero interpretou outros personagens marcantes, dos quais podemos citar Sir Lancelot, na versão cinematográfica do musical Camelot (1967), produzido pela Warner Bros, com direção de Joshua Logan.

No filme, ele contracenou pela primeira vez com a atriz Vanessa Redgrave, com quem teria uma produtiva parceria na tela e fora dela. O casal tem um filho, Carlo Gabriel, e renovaram a união em 2006. Por sua atuação em Camelot, Nero foi indicado para o Globo de Ouro.

FRANCO NERO: PRINCIPAIS PAPEIS

Embora seja mais reconhecido por seus papeis em western ou filmes de ação, especialmente o implacável Django, do filme de mesmo nome, Franco Nero nunca aceitou ficar preso a um mesmo gênero e com isso, interpretou uma gama variada de personagens que marcaram sua carreira. Entre eles, podemos citar:

  • – Abel, no drama épico A Bíblia (1966), de John Huston
  • – Sir Lancellot, no musical Camelot (1966)
  • – Horacio, em Tristana – uma Paixão Mórbida, de Luis Bunuel (1970).
  • – Keoma, no filme Keoma, de Enzo Castellari (1976)
  • – Cole, em Ninja, a Máquina Assassina.
  • – O tenente gay de Querelle (1982)
  • – O repórter norte-americano John Reed, na segunda versão de Krasnye Kolokola II (1982).
  • – Um herói medieval em Banovic Strahinja (1983).
  • – Django, na sequência do primeiro, Django 2 (1987), de Nello Rosatti.
  • – General Ramon Esperanza, de Duro de Matar 2 (1990
  • – Bartolini,em Cartas para Julieta (2010).
  • – Aparição especial no filme Django Livre (2012), de Quentin Tarantino.
  • – Paolo, na produção brasileira, A Memória que me contam, um filme sobre a ditadura, onde contracena com Irene Ravache e Simone Spoladore.

Também participou de várias minisséries norte americanas, como The Pirate (Warner), Os Últimos Dias de Pompeia (CBS) e Bella Mafia (CBS).

Emprestou sua voz como narrador do filme Rasputin (2010), de Louis Nero e para o personagem Tio Topolino, no filme de animação Carros 2 (2011).

FRANCO NERO: FILMOGRAFIA – OS 30 MELHORES

O eterno Django já atuou em mais de uma centena de filmes, em produções de diversos países, alguns dos quais, memoráveis. Entre seus filmes de maior sucesso, podemos citar:

  • Conheço Bem essa Moça (1965)
  • A Biblia: no começo (1966)
  • Django (1966)
  • Adeus, Texas (1966)
  • Camelot (1967)
  • O Mercenário (1967)
  • O Dia da Coruja (1968)
  • Os Violentos vão para o Inferno (1968)
  • A Batalha de Neretva (1969)
  • A Virgem e o Cigano (1970)
  • Viva a morte…Tua (1970)
  • Vamos a matar, Compañeros (1970)
  • Tristana (1970)
  • Confissões de um Capitão da Policia (1971)
  • The Legend of Valentino (1975)
  • Últimos dias de Mussolini (1975)
  • Keoma (1976)
  • Comando 10 de Navarone (1978)
  • O Caçador de Tubarões (1979)
  • Ninja, a Máquina Assassina (1981)
  • Querelle (1982)
  • Os Últimos Dias de Pompeia (1984)
  • Django 2 (1987)
  • Duro de Matar 2 (1990)
  • Bela Mafia  (1997)
  • A Versace Murder  (1998)
  • Para sempre azuis (2005) Também como diretor
  • Cartas para Julieta (2010)
  • Django Livre (2012)
  • A Memória que me Contam (2012)

FRANCO NERO: IDADE

Prestes a completar 77 anos, o ator continua ativo profissionalmente, tendo conquistado prestígio e reconhecimento por sua contribuição ao cinema italiano e mundial.

Recebeu o prêmio David di Donatello por Il Giorno della Civeta (1968) e o Globo de Ouro Italiano por seu papel em Forever Blues (2005), entre outros.

Em 1992, recebeu, das mãos do presidente de seu país, a Medalha da República Italiana como reconhecimento artístico.

Foi condecorado Doutor Honoris Causa em Letras, pela Brunel University of London, em 2011, junto com sua esposa, Vanessa Redgrave e em 2017, no Festival de Cinema de Moscow, recebeu um prêmio especial por sua contribuição para o cinema mundial,

Na vida real, Nero desempenha um papel muito importante em atividades beneficentes. Nos últimos 45 anos, tem sido o benfeitor do Orfanato Don Bosco, em Tívoli,