Sylvia Kristel – Atriz

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Sylvia Kristel

Sylvia Kristel deu vida a Emmanuelle, símbolo do erotismo nos anos 1980.

Sylvia Kristel é um atriz que, por algum tempo, tornou-se uma das mais célebres do mundo do cinema, quase que exclusivamente devido a um personagem que atiçou a imaginação dos homens, e praticamente se tornou sinônimo de erotismo. Aqui, falaremos um pouco sobre a vida e a carreira da atriz que deu vida a Emmanuelle, um dos ícones eróticos no cinema.

Origens de Sylvia Kristel

Sylvia Kristel nasceu em Utrecht, capital da província de mesmo nome nos Países Baixos, no dia 28 de setembro de 1952. Ela era filha de um estalajadeiro e sua esposa. Segundo Kristel contou em sua autobiografia lançada em 2006, ela foi abusada sexualmente por um hóspede do estabelecimento do pai quando tinha 9 anos de idade.

Quando a futura atriz tinha 14 anos, os pais dela se separaram, uma experiência que ela descreveu como a coisa mais triste que já lhe aconteceu. O pai dela havia abandonado a família por outra mulher.

Sylvia Kristel: carreira da atriz

Sylvia Kristel pensou em se tornar professora, mas começou a trabalhar como modelo quando tinha 17 anos. Em 1973, venceu o concurso Miss TV Europe. As línguas que a atriz sabia falar fluentemente eram o holandês, o italiano, o inglês, o alemão e o francês. Além disso, falava um pouco algumas outras línguas.

Kristel começou sua carreira em filmes como o holandês Frank en Eva, de 1973, mas, foi no ano seguinte, em 1974, que ela chamou a atenção do mundo ao encarnar a personagem-título do filme erótico Emmanuelle, um dos mais bem-sucedidos filmes franceses da história. O filme deu origem a uma franquia cinematográfica que conta, até hoje, com 7 filmes; Kristel atuou em 5 deles.

Com o sucesso do filme Emmanuelle, tornou-se comum que ela atuasse em papéis que explorassem sua sensualidade, como, por exemplo, O Amante de Lady Chatterley, de 1981, obra cinematográfica baseada no conhecido (e altamente polêmico) romance do escritor britânico D. H. Lawrence.

Outro filme que explorava a sensualidade da bela atriz holandesa foi Mata Hari, obra de 1985 em que ela fazia o papel-título da célebre espiã e sedutora que atuou na Primeira Guerra Mundial.

A relação Sylvia Kristel-Emmanuelle-erotismo havia se fixado à carreira da atriz de maneira quase incontornável. Um caso interessante de filme que explorava a sensualidade da atriz foi o americano Private Lessons (chamado no Brasil de Uma Professora Muito Especial). Neste filme, ela fazia o papel de uma empregada doméstica imigrante que seduzia um adolescente. Como os filmes da série Emmanuelle, principal motivo da fama da atriz na Europa, não tiveram muita distribuição nos Estados Unidos, esse filme foi uma das grandes chances de exposição do público americano à atriz. Foi um dos mais assistidos do ano de 1981, um sucesso especialmente notável para um filme independente.

Nos Estados Unidos, ela também atuou em uma comédia A Bomba Que Desnuda (título original: The Nude Bomb), filme de 1980 que levou ao cinema o mundo do Agente 86, da famosa série de televisão com o mesmo nome.

O último crédito dramático de sua carreira foi um papel em um filme italiano para TV chamado Le ragazze dello swing, de 2010.

Vida pessoal da atriz Sylvia Kristel

A vida pessoal de Sylvia Kristel foi, segundo a própria atriz, muito turbulenta. A atriz falou sobre o assunto em sua autobiografia, lançada na França com o título de Nue (Nua) e em inglês com o título de Undressing Emmanuelle: A Memoir (algo como Despindo Emmanuelle: Uma Memória). Nesta obra, ela falou sobre como sua vida foi marcada e prejudicada pela dependência do álcool e de drogas ilícitas, como a cocaína. Sylvia também fumava muito, tinha começado aos 11 anos de idade.

Segundo ela, o caríssimo vício em cocaína que desenvolveu fez com que ela tomasse decisões ruins como vender sua parte nos lucros do filme Private Lessons, já citado anteriormente, pela quantia de 150 mil dólares. O filme acabou sendo um estrondoso sucesso que arrecadou apenas nos Estados Unidos um valor superior a 26 milhões de dólares.

Segundo Kristel explicou na autobiografia já citada, outro aspecto marcante de sua vida foi a busca constante por uma figura paterna, em substituição a seu pai, que a abandonara quando ela era adolescente. Essa busca levou-a a relacionamentos complicados com homens mais velhos. Por exemplo, a atriz manteve um relacionamento e se casou com o ator belga Hugo Claus, que era mais de duas décadas mais velho do que ela. Ele nasceu em 1929, e ela, como já dissemos, nasceu em 1952. Do casamento, resultou um filho, que nasceu no ano de 1975 e recebeu o nome de Arthur.

Kristel trocou o marido por outro homem, o ator britânico Ian McShane, que conhecera no set de filmagens de O Quinto Mosqueteiro, filme de aventura de 1979 e com quem se mudou para Los Angeles, nos Estados Unidos. O relacionamento entre ela e o ator, que prometera ajudá-la a lançar sua carreira nos Estados Unidos, durou 5 anos.

Além de não ter levado ao desejado avanço no mercado artístico americano, o relacionamento, segundo Kristel, foi horrível. Ele era,  segundo a atriz, carismático e espirituoso, mas os dois eram parecidos demais para que o relacionamento entre eles pudesse dar certo. Segundo ela, foi no meio do relacionamento com McShane que ela começou a usar cocaína. O vício nesta droga, como vimos, custou caro para a atriz, prejudicando sua capacidade de tomar decisões.

Na época em que começou a se drogar, no entanto, a atriz via o produto como algo que estava na moda, era inofensivo e funcionava como uma supervitamina, dando-lhe  vigor para se manter pronta para agarrar a oportunidade de estrelato nos Estados Unidos quando ela surgisse.

Depois do fim de seu relacionamento com o ator britânico, ela ainda se casou duas vezes. A primeira delas foi com o empresário americano Alan Turner, casamento que durou apenas cinco meses. Posteriormente, casou-se com o produtor de cinema Philipe Blot, com quem permaneceu casada entre 1986 e 1991. Ela teve também um relacionamento com o produtor de rádio belga Fred De Vree, que durou uma década, até o falecimento da atriz.

Sylvia Kristel: morte da atriz

Como dissemos acima, Kristel fumava muito desde os 11 anos de idade. Ela teve um câncer na garganta diagnosticado em 2001 e passou por sessões de quimioterapia e por uma cirurgia antes que o câncer chegasse a seus pulmões. Em junho de 2012, teve um derrame e foi hospitalizada em estado grave. Sylvia faleceu em 17 de outubro daquele mesmo ano. Seu corpo foi sepultado em um cidade natal, Ultrecht.

Curiosidade: Kristel e o Brasil

O filme Emmanuelle foi lançado em 1974, quando o Brasil estava em um período conturbado pelo Regime Militar que vigorava no país desde 1964. O filme não pôde, devido a seu erotismo, ser exibido no país.

Em 1977, a atriz, que veio ao Brasil divulgar outro filme e filmar uma participação na novela Espelho Mágico, visitou o Congresso, onde foi recebida pelos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados e aproveitou para pedir a liberação de Emmanuelle. O cronista Carlos Eduardo Novaes, que não perdia uma chance de satirizar o Regime Militar, escreveu uma crônica sobre a visita, destacando a recepção dada a uma atriz tornada famosa por um filme erótico e, ainda por cima, a um filme erótico que estava proibido no país. Emmanuelle só foi liberado para exibição no país em 1980.