Ringo Starr

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Nascido como Richard Starkey, Ringo Starr é um dos nomes mais admirados e respeitados do meio musical. Devido ao seu grande talento, ele não apenas toca bateria, mas vários outros instrumentos, assim como também canta, compõe e atua.

É claro que para sempre será lembrado (e homenageado) como o baterista dos Beatles, que conquistou as baquetas como o substituto de Pete Best (1941 –  ), o primeiro baterista da banda que acompanhou os demais integrantes até o ano de 1962, pouco tempo depois de ter ocorrido as primeiras audições para a gravadora EMI.

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Pete Best acabou sendo despedido pelo então empresário da banda, Brian Epstein (1934 – 1967) porque era “de lua” e não se encaixava adequadamente com os demais integrantes.

Primeiros anos de vida (e juventude)

Ringo Starr nasceu em Liverpool, na Inglaterra, em 07 de julho de 1940. Ele morava com a sua mãe, Elsie, e seu padrasto, Harry Graves. Quando criança, sofreu com vários problemas de saúde, chegando a ser internado em um período total de aproximadamente três anos nos hospitais da cidade.

Neste período, ele chegou a contrair Pleurisia (ou pleurite), uma inflamação da pleura, que é uma membrana que faz parte da linha de cavidade torácica, quando tinha aproximadamente 13 anos. Provavelmente tal fato tenha ocorrido em razão de sua estada de 2 anos em um sanatório.

Infelizmente, devido a esses problemas de saúde, Ringo acabou sendo prejudicado em outro setor: a educação. Com as internações, ele acabou se atrasando na escola a ponto de chegar aos 15 anos de idade sem saber ler nem escrever corretamente.

O pai de Ringo é Richard Starbey, porém o convívio infantil com ele foi curto, já que seus pais se separaram quando ele tinha apenas 3 anos de idade. Tanto com o pai, quanto com o padrasto, a vida foi bastante difícil devido a problemas econômicos.

Ringo logo resolveu abandonar a escola e começou a trabalhar. Uma de suas primeiras atividades foi como office boy, mas também chegou a ser barman em uma balsa e foi ainda aprendiz de marceneiro.

Ganhou a sua primeira bateria do padrasto Harry, e, ao que parece, formou a sua primeira banda em 1957 junto com Eddie Miles, chamada de The Eddie Clayton Skiffle Group.

Início da carreira musical

Após a primeira experiência com Edide Miles, Ringo se juntou ao grupo Raving Texans em 1959. O vocalista da banda era Rory Storm (1938 – 1972), e depois de algum tempo a banda resolveu modificar o nome para Rory Storm and The Hurricanes.

Os The Hurricanes, como ficaram conhecidos, tornou-se uma das bandas mais importantes do cenário musical de Liverpool e Hamburgo. Foi nesta cidade, por volta do ano de 1960, que Ringo veio a conhecer os integrantes dos Beatles.

Ainda neste momento, Starr já havia adotado o pseudônimo Ringo, que nada mais é do que uma derivação da palavra inglesa “ring” que significa “anel”, uma vez que ele tinha o hábito de utilizar anéis constantemente. E graças ao apoio obtido por Rory Storm acabou se desenvolvendo muito bem na bateria.

Ringo e os Beatles

Em diversas ocasiões, Ringo já relatou aos seus interlocutores e jornalistas que se “considera um homem de sorte”, pois estava no local certo e na hora certa quando teve a maior oportunidade de sua vida: o convite dos integrantes dos Beatles para assumir a bateria da banda.

Na ocasião, o baterista era Pete Best, mas como este não “se encaixava na banda”, acabou sendo demitido e Ringo Starr veio a substitui-lo. Inicialmente, os fãs de Pete não receberam bem a notícia e, em várias situações, se utilizaram de frases de protesto em que gritavam “Pete Forever, Ringo Never” ( que, em tradução livre para o português, é o mesmo que “Pete sempre, Ringo nunca”).

Em termos de data, Ringo entra para os Beatles em 1962 para gravar “Please, Please Me”. Há quem o considere como um baterista que revolucionou a maneira de se tocar o instrumento.

Ao contrário dos bateristas da época, Ringo equilibrava a proporção de força nas duas mãos e segurava as baquetas de maneira semelhante como se fossem martelos. Tal estilo ficou conhecido como “matched grip”.

O Matched grip é um estilo importante e bem aceito, principalmente entre os bateristas de rock, tendo em vista que facilita a agilidade dos movimentos, assim como a dosagem de força e a pegada em cada canção.

Outro detalhe curioso é que Ringo toca como destro, mas na verdade o músico é canhoto. Tal mobilidade se deu porque, no início de sua carreira, os kits de bateria eram fabricados para destros, enquanto o kit para canhotos era algo considerado raro.

Para se adaptar à realidade da época, Ringo se esforçou e exercitou bastante sua concentração de modo que conseguisse marcar corretamente o ritmo das músicas de maneira próxima à perfeição.

Ringo já comentou que se sentia “deixado de lado” e esquecido facilmente pelos fãs da banda. Para resolver o problema, ele ajustava o banco da bateria para que ficasse mais alto e, consequentemente, visível para o público. Desta forma, tornou-se pioneiro ao tocar a bateria sobre uma alta plataforma de madeira.

Embora Ringo tenha sido considerado por muitos músicos como um baterista medíocre, ele respondia de forma bem-humorada e sarcástica com a seguinte expressão: “Dizem aí que não toco muito bem, porém sou o baterista da melhor banda do mundo… Então sou o maior baterista do mundo!”.

Seu filho Zak Starkey seguiu os seus passos e é o baterista de uma das bandas de rock mais importantes do mundo: The Who. Ele também já tocou com o Oasis.

Ringo: Vida pessoal e Barbara Bach

Ringo casou-se duas vezes. A primeira foi em 1965, com Maureen Cox, e teve com ela três filhos, a saber: Zak Starkey (13 de setembro de 1965), Jason (19 de agosto de 1967) e Lee (17 de novembro de 1970).

Ringo e Maureen se separaram em 1975 devido a problemas de alcoolismo e traições por parte do artista.

Em 1981, casou-se com Barbara Bach, a ex-bond girl. Em 1983, ambos se internaram em uma clinica de reabilitação para alcoólatras.

Carreira solo

Os Beatles chegaram ao fim em abril de 1970, cujo último álbum gravado foi “Let It Be”. Logo, Ringo deu início a sua carreira solo e, em 1973, lançou um de seus álbuns de maior sucesso “Ringo”, que teve a participação especial dos ex-integrantes da banda.

Em 1989, criou uma banda, a “Ringo Starr All-Star Band” com quem viajou para uma série de shows. No ano de 2011, ele recebeu uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood, sendo, portanto, o terceiro Beatle condecorado.  Paul foi o último em 2012. Ringo foi eleito pela revista Rolling Stone o maior baterista de todos os tempos e, em fevereiro de 2015, entrou para o Hall da Fama do Rock and Roll.

Em março de 2018, foi nomeado Cavaleiro do Império Britânico pelo príncipe William, sendo que, há 53 anos, recebia, juntamente com os integrantes dos Beatles, a condecoração de Membros do Império Britânico (MBE).

Ringo Starr no cinema

Além da carreira musical, Ringo também já atuou em diversas produções para a TV e cinema. Em 1968, ele fez parte do elenco de “Candy”, que contou ainda com atores como Richard Burton e Marlon Brando. No longa, Ringo interpretou o jardineiro Emmanuel.

No ano seguinte, atuou na comédia “The Magic Christian” (em português, “Um Beatle no Paraíso”) com Peter Sellers, que teve a participação especial de Roman Polanski e John Cleese. Em 1971, participou de Blindman (em português, “O Pistoleiro Cego”) com Tony Anthony. Ainda neste mesmo ano, Ringo fez parte do elenco de “200 Motels” com Frank Zappa.

Em 1974, fez a comédia musical “Son of Dracula” e, em 1981 “Caverman” (em português, “O homem das cavernas”), que teve a participação de Dennis Quaid e patrocínio de George Harrison. Em 1979, participou do documentário sobre a banda britânica The Who “The Kids are Alright”.

Na tv, Ringo Starr participou, em 1985, de uma adaptação do filme “Alice no País das Maravilhas”, e, em 1991, fez a dublagem de sua própria voz para um episódio do desenho animado Os Simpsons.

Ringo Starr e Yoko Ono

Quando John Lennon morreu, em dezembro de 1980, o único Beatle que se dispôs a fazer uma visita à Yoko Ono foi Ringo Starr. Os demais integrantes, Paul e George, não tiveram a mesma ação e disseram que tinham uma relação difícil com ela e, ao que se sabe, não ofereceram nenhuma ajuda à viúva do cantor.

O mediador de brigas

Ringo era considerado o integrante mais calmo da banda e, devido a essa personalidade, era tido como o “Mediador das brigas”. De acordo com uma declaração proferida pelo próprio músico, “quando surgiam explosões entre os membros, logo os mesmos se reconciliavam na casa dele [do Ringo]”, pois este era o ambiente onde se encontravam com grande frequência.