Ítalo Rossi

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Ítalo Rossi era o pseudônimo do ator brasileiro Ítalo Balbo Di Fratti Coppola Rossi, que atuou em diversas novelas, filmes e seriados.

Ítalo Rossi nasceu em Botucatu, interior de São Paulo, em 19 de janeiro de 1931. Desde criança, demonstrava interesse pelas artes, pois, ainda pequeno, gostava de acompanhar seus pais em óperas e concertos.

Além disso, ele foi obrigado a ler obras como “As preocupações do Mundo”, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844 – 1900), que acabou o impressionando muito. Ao brincar com os seus irmãos, era comum representar as grandes óperas em forma de teatro improvisado na própria casa. Nesta ocasião, ele queria fazer a maior parte das tarefas cênicas, como cantar as árias, criar cenários e falar mais.

De acordo com depoimento feito pelo próprio ator em sua biografia (Ítalo Rossi: Isso é tudo), ele cobrava um botão como ingresso, para que as crianças pudessem entrar para assistir. Essa “bilheteria” o impressionava muito. Ao final de cada apresentação, exigia logo os aplausos, ao que dizia “Acabou. É o fim”. Agora, batam palmas”.

Ainda que houvesse muito diálogo entre Rossi e seus pais, estes não queriam que ele se tornasse ator. Por ora, ele tentou seguir uma carreira no escritório pertencente à sua família, mas acabou dispensando o trabalho para poder se dedicar ao teatro.

Os primeiros contatos com o teatro

Ítalo Rossi falava fluentemente italiano, alemão e francês, mas tinha dificuldade com o inglês. Segundo ele, foi justamente este idioma que o levou ao teatro. Ítalo fazia um curso de inglês intensivo no SESC de São Paulo e lá havia também um curso de teatro. Em um determinado dia, ele resolveu assistir uma aula do teatro ao invés do inglês.

Na ocasião, havia um teste para a peça “Calcanhar de Aquiles” (1951), de Raimundo Magalhães Jr e, graças à sua voz grave, foi aprovado. Entretanto, o papel que conquistou era mudo, mas, mesmo assim, não se desanimou e, aos poucos, foi deixando o curso de inglês e se dedicando ao teatro.

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Porém, quando os seus pais descobriram o seu interesse e envolvimento com o teatro, resolveram cortar a mesada que o davam. Assim, Rossi começou a trabalhar como office-boy no escritório de seu pai sem regalias.

Ítalo Rossi declarava que aquele curso de teatro do SESC São Paulo foi o único realizado durante a sua carreira, o qual dizia que “durou apenas algumas horas”.

Início da carreira

A grande estreia de Ítalo Rossi aconteceu quando ele integrava o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e em seu primeiro trabalho conquistou o prêmio de ator Revelação da Associação Brasileira de Críticos Teatrais pela atuação em “A Casa de Chá do Luar de Agosto” (1956).

Por volta do ano de 1959, fundou, juntamente com a atriz Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Gianni Ratto, Francisco Cuoco, Luciana Petruccelli e Sergio Brito o grupo Teatro dos Sete. Um dos marcos deste grupo foi a montagem da peça “O Mambembe”, de Artur Azevedo, que acabou ganhando grande destaque, ao ponto de ser considerada como um marco no teatro nacional devido ao fato de sugerir uma aproximação da plateia com o palco.

Em 1965, após o fim do grupo Teatro dos Sete, Ítalo Rossi atuou em outras importantes peças como “Os Amantes” e “A Coleção”, ambos com a direção de Flávio Rangel (1966), “Dorotéia vai à Guerra”, com a direção de Paulo José (1972) e o “O Santo Inquérito”, escrito por Dias Gomes e dirigido por Flávio Rangel (1976).

Ítalo Rossi na Televisão

O primeiro trabalho televisivo de Ítalo Rossi foi na novela “A Morta Sem Espelho” da extinta TV Tupi (1963). Em seguida, atuou em “Sonho de Amor”, da Record (1964).

Com o nascimento da TV Globom, em 1965, Ítalo Rossi logo integrou o elenco de “Ilusões Perdidas”, que teve a direção de Líbero Miguel e Sérgio Britto. Logo a Globo resolveu contratar todos os atores do grupo Teatro dos Sete, para trabalharem na adaptação do projeto “4 no Teatro”. Este projeto marcou a entrada dos atores na emissora.

Com isso, ainda naquele ano de 1965, Ítalo ganhou o papel de protagonista da novela “Padre Tião” que foi dirigida por Graça Mello. Depois disso, Rossi trabalhou em diversos projetos dentro e fora da Globo. Na emissora, participou de grandes novelas como “Escrava Isaura” (1976), “Transas e Caretas” (1984), “Que Rei sou Eu?” (1989).

Já em “Senhora do Destino” (2004), deu vida ao mordomo Alfred, e, em 2006, foi o inescrupuloso Dr. Medeiros na novela “Belíssima”.

Prêmios

Em uma vida dedicada à carreira de ator, Ítalo Rossi conquistou 6 importantes prêmios, sendo 4 deles o Prêmio Molière, que é considerado o mais alto reconhecimento dado pela crítica de teatro brasileira.

A conquista dos prêmios veio através de suas atuações nas seguintes produções: “A noite dos Campeões” (1975), de Jason Miller; “Quatro Vezes Beckett” (1985); “Encontro com Fernando Pessoa” (1986) de Walmor Chagas; e “Encontro de Pascal e Descartes” (1987) de Jean-Claude Brisville.

Ítalo Rossi como o Seu Ladir

Um dos últimos papeis que Ítalo Rossi fez foi o Seu Ladir no programa humorístico “Toma Lá, Dá Cá”, que foi exibido pela TV Globo entre os anos de 2007 e 2009. O personagem ficou bastante famoso graças ao bordão “É mara!” que era um diminutivo para a expressão “É maravilhoso!”.

No início de 2011, Ítalo Rossi completou 60 anos de carreira e, em julho, acabou sendo internado no hospital Copa D’Or, localizado no Rio de Janeiro. E, no dia 02 de agosto do mesmo ano, Ítalo não resistiu e faleceu devido a complicações respiratórias.

Participações na TV

  • A morte sem espelho (1963);
  • Pouco amor não é amor (1963);
  • Sonho de Amor (1964);
  • Vitória (1964);
  • Padre Tião (1965) – Como Padre Tião;
  • Um gosto amargo de festa (1969);
  • E Nós, Aonde Vamos? (1970);
  • Jerônimo, o herói do sertão (1972) – Como Coronel Saturnino Bragança;
  • Bravo (1975) – Como Paes Duarte;
  • Escrava Isaura (1976) – Como José;
  • Vejo a lua no céu (1976) – Como Jacinto;
  • Sitio do Pica-Pau Amarelo (1978) – Como o Rei Minos… “O Minotauro”;
  • Brilhante (1981) – Como Delegado;
  • Parabéns pra Você (1983) – Como Vice-reitor;
  • Transas e Caretas (1984) – Como Gilberto (Braga);
  • Tudo em Cima (1985) – Como Dr. Evandro Sena;
  • Chapadão do Bugre (1988) – Como Damasceno Soares;
  • Que Rei Sou Eu? (1989) – Como Marquês de Castilha;
  • Araponga (1990) – Como Zaca;
  • Olho no Olho (1993) – Como Ferreira;
  • Engraçadinha, seus amores e seus pecados (1995) – Como Dr. Phocion;
  • Serras Azuis (1998) – Como Eleogadário;
  • Esplendor (2000) – Como Vicente;
  • Coração de Estudante (2002) – Como Juiz Bonifácio;
  • Kubanacan (2003) – Como Trujillo;
  • Senhora do Destino (2004) – Como Alfred Baskerville;
  • Mandrake (2005) – Como Dr. Graff;
  • Belíssima (2005) – Como Dr. Fernando Medeiros;
  • Toma Lá, Dá Cá (2008) – Como Seu Ladir Miranda.

Trabalhos de destaque no cinema

Além de diversos trabalhos na TV (novelas, séries e seriados) e grande dedicação ao teatro, Ítalo Rossi participou de vários filmes brasileiros. Destacam-se as seguintes produções e seus personagens:

  • Anchieta, o Apóstolo do Brasil (1963) – Como Anchieta;
  • O Bravo Guerreiro (1969) – Como Conrado Frota;
  • Noite sem Homem (1976) – Como Salô;
  • A República dos Assassinos (1979) – Como Clemente;
  • Estranhas Relações (1983) – Como Dr. Luiz XII;
  • Morte por água (1992) – Como Tirésias;
  • A Grande Noitada (1997) – Como Butuca;
  • Maria, mãe do filho de Deus (2003) – Como Caifás;
  • Sexo com Amor? (2008) – Como Padre Ancelmo.